- Foi no governo do general Emílio Garrastazú Médici que se construiu a rodovia que, segundo os críticos da época, ligava o nada a coisa nenhuma: a Transamazônica.
- A BR-230, projetada para ter 8 mil quilômetros de extensão -- começa em Cabedelo, na Paraíba, e deveria terminar em Benjamim Constant, na fronteira com o Perú -- não foi inteiramente concluída.
- A inauguração do primeiro trecho se deu em 1972.
- Na verdade, houve várias inaugurações.
- Uma delas aconteceu dois anos depois, no meio da selva, entre as cidades de Altamira e Itaituba, no Pará.
- Lá estava todo o alto escalão governamental para descerrar a placa comemorativa encravada no tronco de uma gigantesca castanheira.
- Em manga de camisa, tomaram parte da festa os ministros Mário Andreazza, Costa Cavalcanti e Carlos Alberto Fontoura.
- Além deles, o general João Figueiredo que, boqueaberto, mirava a altura das árvores.
- Como foi - Alérgico a mordidas de insetos, nesse dia eu quase morri.
- Atacado pelos piuns – mosquitos próprios da Amazônia – tive que ser recolhido à enfermaria de emergência, onde fui medicado.
- Ainda tive tempo de voltar para fotografar a cerimônia.
- Mas, no calor infernal dos trópicos, vestindo camisas de mangas compridas, luvas e uma máscara que me cobria todo o rosto.
- Naqueles tempos não havia ainda a facilidade de comunicação que hoje a Internet propicia.
- Somente no início da noite, em Belém, é que pude transmitir as fotografias por telefoto para O Globo, onde eu trabalhava.
- Telefoto funcionava assim: um “moderno” aparelho captava o matiz das imagens, os transformava em sinais sonoros e, conectado a um telefone, os transferia para outro equipamento na séde do jornal.
- Lá a operação se invertia e a foto saia perfeita. Quase perfeita. Essa aí foi publicada graças à famosa telefoto. Orlando Brito.
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