7 de fev. de 2011

Faraônica Transamazônica

  • Foi no governo do general Emílio Garrastazú Médici que se construiu a rodovia que, segundo os críticos da época, ligava o nada a coisa nenhuma: a Transamazônica.
  • A BR-230, projetada para ter 8 mil quilômetros de extensão -- começa em Cabedelo, na Paraíba, e deveria terminar em Benjamim Constant, na fronteira com o Perú -- não foi inteiramente concluída.
  • A inauguração do primeiro trecho se deu em 1972.
  • Na verdade, houve várias inaugurações.
  • Uma delas aconteceu dois anos depois, no meio da selva, entre as cidades de Altamira e Itaituba, no Pará.
  • Lá estava todo o alto escalão governamental para descerrar a placa comemorativa encravada no tronco de uma gigantesca castanheira.
  • Em manga de camisa, tomaram parte da festa os ministros Mário Andreazza, Costa Cavalcanti e Carlos Alberto Fontoura.
  • Além deles, o general João Figueiredo que, boqueaberto, mirava a altura das árvores.
  • Como foi -  Alérgico a mordidas de insetos, nesse dia eu quase morri.
  • Atacado pelos piuns – mosquitos próprios da Amazônia – tive que ser recolhido à enfermaria de emergência, onde fui medicado.
  • Ainda tive tempo de voltar para fotografar a cerimônia.
  • Mas, no calor infernal dos trópicos, vestindo  camisas de mangas compridas, luvas e uma máscara que me cobria todo o rosto.
  • Naqueles tempos não havia ainda a facilidade de comunicação que hoje a Internet propicia.
  • Somente no início da noite, em Belém, é que pude transmitir as fotografias por telefoto para O Globo, onde eu trabalhava.
  • Telefoto funcionava assim: um “moderno” aparelho captava o matiz das imagens, os transformava em sinais sonoros e, conectado a um telefone, os transferia  para outro equipamento na séde do jornal.
  • Lá a operação se invertia e a foto saia perfeita. Quase perfeita. Essa aí foi publicada graças à famosa telefoto. Orlando Brito.