Herança indigesta
- A presidente Dilma Rousseff vai pagar com popularidade a defesa do salário mínimo a R$ 545.
- Mas não é segredo para ninguém que maldade se faz no primeiro ano de governo.
- Sem envergadura política, nem sustentação econômica, a presidente já desistiu de iniciar 2011 com as reformas tributária e da previdência.
- A correção do salário, com votação prevista para esta semana, faz parte das negociações de varejo.
- Se houver avanço em plenário, o valor chega a no máximo R$ 560, com o adiantamento de um pedaço do aumento de 2012.
- É óbvio que para o trabalhador a discussão em torno de R$ 15 é ridícula.
- Ilhado entre excesso de gastos, baixo nível de investimento e preços em ascensão, o governo não tem saída.
- E, desta vez, a afilhada de Lula nem pode reclamar da herança maldita.
Da China
- O presidente da Câmara, Marco Maia, e o deputado Ronaldo Zülke resolveram unir forças para convencer o governo a aumentar as políticas de proteção à indústria nacional de calçados.
- Os dois petistas insistem que a ação antidumping, já aplicada contra o produto chinês, deve ser ampliada aos demais mercados da região.
- Há resistências no Itamaraty, mas o assunto está em estudo no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Funeral
- O reajuste na tabela do imposto de renda corre o risco de ser enterrado junto com o aumento dos aposentados.
- É a nova classe média aprendendo a pagar a conta.
Escolhas
- A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, tem até março para concluir o plano de combate à miséria.
- No pacote, aumento do valor do Bolsa-Família e maior acesso das famílias a serviços básicos, como saneamento, saúde e educação.
- Por enquanto, Dilma só tem essa bandeira, por isso o corte de R$ 50 bilhões não atinge a área social.
- Reajustar o benefício é a parte mais fácil.
- Mas, sem investimentos em infraestrutura, o resto continua entre as promessas de palanque.
JOGO RÁPIDO
- A bancada gaúcha busca ajuda do Ministério da Saúde para recuperação do Hospital Centenário, de São Leopoldo, prejudicado pelas chuvas.
- Em dezembro, o Senado levou menos de 10 minutos para aumentar o salário de parlamentares e ministros.
- Quanto tempo os deputados vão levar na votação do mínimo?