5 de jan. de 2011

Zero Hora / Carolina Bahia

Ensaio aberto
O PMDB está correndo atrás do prejuízo. Depois de ver o seu quinhão reduzido na divisão da Esplanada, o partido esperava ser compensado na distribuição de cargos de segundo escalão. A substituição nos Correios e a iminência de perder a Funasa e a Secretaria Nacional de Atenção à Saúde deixaram atônita a cúpula do partido. E mais surpresos ainda ficaram os líderes quando nenhum posto à altura foi oferecido em troca. Faminto e poderoso, o PT patrolou. Sob a justificativa da qualificação na gestão, vai ocupando as vagas mais cobiçadas do setor público federal. Fisiologista por natureza, o partido de Michel Temer, José Sarney e Renan Calheiros se considerava sócio-fundador do atual governo, uma vez que ocupa a vice-presidência. Agora, alega traição e ameaça o troco na votação do salário mínimo e no acordo para a presidência da Câmara. A presidente Dilma Rousseff não completou uma semana no Planalto e já precisa acionar com urgência seus bombeiros de plantão.
Cabo eleitoral
Quem aproveitou o roteiro de posses para fazer campanha foi José Graziano, ministro da Segurança Alimentar no início do governo Lula. Decidido a brigar pela vaga de diretor-geral da FAO, ele distribuiu santinhos entre os ministros, pedindo apoio. Um dos alvos foi o titular da pasta da Educação, Fernando Haddad, que ganhou um dos panfletos que Graziano leva no bolso interno do paletó.
Reservado
Firme na disputa pela presidência da Conab, o petista gaúcho Silvio Porto espera que o governador Tarso Genro manifeste apoio de maneira mais concreta. A briga, no entanto, vai além da vontade do partido. O PMDB, que não quer perder mais essa, acha conveniente que a companhia continue com o PTB.
Histórico
A nova administração dos Correios enfrenta a primeira saia justa. Veio à tona o processo no qual Larry Manoel de Almeida foi condenado pelo Tribunal de Contas da União por irregularidades, quando na direção regional da estatal no Rio Grande do Sul. Ele já teria, inclusive, quitado a multa. Larry, que foi indicado pelo PT para uma diretoria nacional, é ligado à ministra Maria do Rosário e ao ex-governador Olívio Dutra.
Pilatos
Apesar da polêmica, é zero a chance de o governo voltar atrás na decisão do presidente Lula de manter o italiano Cesare Battisti no Brasil. A decisão final fica com o Supremo, e a presidente Dilma lava as mãos.
TENHO DITO
 “Se vier alguma coisa diferente, nós vamos simplesmente vetar.”
Ministro da Fazenda, Guido Mantega, em resposta às ameaças do PMDB de votar um aumento do salário mínimo acima de R$ 540.