8 de jan. de 2011

Farsante com mandato, Gilberto Kassab transformou São Paulo na versão tupiniquim de Veneza

Para fazer do sonho uma realidade, Gilberto Kassab, financiado pelo suado dinheiro do contribuinte paulistano, tem gasto boa parte do tempo viabilizando a sua saída do Democratas e o imediato ingresso no PMDB, assunto que foi iniciado com o falecido Orestes Quércia, mas agora é conduzido pelo vice-presidente da República, Michel Temer. Fora esses assuntos de interesse pessoal, Kassab recheia sua agenda com sucessivas inaugurações e visitas a determinadas obras, como se a cidade de São Paulo não tivesse problemas mais urgentes para serem solucionados.Na tarde desta sexta-feira (7), o córrego Aricanduva, na Zona Leste da capital dos paulistas, transbordou depois de uma forte chuva, o que há séculos acontece no mês de janeiro. As barrentas águas do córrego subiram mais de um metro e meio, fazendo com que dezenas de automóveis fossem arrastadas pela correnteza que alcançou as pistas da avenida de mesmo nome.Sem jamais aparecer em público para dar explicações sobre a inoperância da sua administração, Gilberto Kassab coloca na linha de frente do combate os técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e do Centro de gerenciamento de Emergências, que se contorcem para explicar o inexplicável aos náufragos paulistanos.Em mais um dia de caos na cidade que insiste em sediar jogos da Copa do Mundo, a culpa foi novamente creditada à natureza. Especialistas contratados pela prefeitura de São Paulo alegaram desta vez uma razão binomial para a tragédia que novamente marcou a vida dos moradores do bairro do Aricanduva. Uma chuva de forte intensidade e baixa velocidade de movimentação provocou o enorme alagamento. Essas desculpas técnicas e burocráticas servem para ludibriar a opinião pública e livrar a prefeitura de indenizações milionárias.Se Gilberto Kassab não sabe o que fazer na administração da quinta maior cidade do planeta, que peça demissão e aproveite o ócio para explicar aos brasileiros a sua participação na CPI dos Combustíveis, que, diga-se de passagem, foi muitíssimo mal conduzida na Câmara dos Deputados. Assunto que se revirado de maneira adequada provavelmente provocará uma enxurrada bem maior e mais assustadora que a desta fatídica sexta-feira.