Tarso aprova projetos na estreia - Em sessão extraordinária, base aliada garantiu quatro propostas do Piratini, que incluíram aumento para cargos de chefia.Sem a nova formação da Assembleia, que toma posse no dia 31, o governador Tarso Genro garantiu ontem a primeira vitória do ano no Legislativo.
- Durante quatro horas de debate, os deputados estaduais aprovaram, em sessão extraordinária, aumentos de salário, cortes de vencimentos e anistia de dívidas. Uma das propostas mais criticadas pela oposição foi o aumento de salário para 518 cargos de chefia e coordenação, criação de 15 novas vagas de assessores e extinção de 148 cargos em comissão.
- Os novos vencimentos devem ficar na faixa de R$ 4,3 mil a R$ 7,1 mil.
- Da tribuna, o deputado Marchezan Jr. (PSDB) chegou a taxar a proposta de “mensalão gaúcho”. – É a forma do PT ser financiado – disparou.
- Outro projeto polêmico cria uma categoria especial para a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI). Com isso, os salários da autarquia ficarão equivalentes aos do BRDE. O diretor-presidente ganhará R$ 24 mil, teto do funcionalismo estadual. Portanto, mais do que recebe o próprio governador e o secretário a quem estará subordinado.
- Enquanto o governo afirma que o impacto financeiro dos dois projetos será de R$ 18 milhões ao ano – 0,14% da folha do funcionalismo, a oposição calcula que a repercussão deve ser 10 vezes maior, chegando a R$ 120 milhões.
- Os parlamentares de oposição reclamaram que o governo não anexou os futuros gastos às propostas. O deputado Alceu Moreira (PMDB), que fez a oposição mais contundente, chamou Tarso de “imperador de Santa Maria”, numa referência à cidade em que o governador viveu. Disse que o aumento para a “companheirada” era uma espécie de presente de Natal atrasado.
- Na nova Assembleia, que se instalará no final do mês, Tarso não terá adversários como Marchezan Jr. e Alceu. Ambos se elegeram deputado federal e estão de mudança para Brasília. Ontem, o governador mandou dois emissários à Assembleia, a secretária-adjunta da Casa Civil, Mari Perusso, e o futuro assessor superior, João Victor Domingues, que municiavam os aliados com informações.
