13 de jan. de 2011

Carolina Bahia

Fim da trégua
  • As centrais sindicais estão testando o poder de negociação do governo de Dilma Rousseff.
  • A tradicional trégua eleitoral acabou e as lideranças sindicais resolveram jogar no colo da presidente um pacote considerado indigesto pelo Planalto.
  • Aumento do salário mínimo para R$ 580, reajuste para aposentados e correção na tabela do imposto de renda formam o tripé que a equipe econômica não gostaria de enfrentar logo no começo de janeiro.
  • O orçamento está sofrendo um corte radical e o Copom poderá elevar na próxima semana a taxa de juros.
  • E é por isso que o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) não quer falar com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
  • Se antes a conversa era diretamente com Lula, por que agora não seria com Dilma? No fundo, as centrais sabem que não vão levar tudo.
  • Mas aproveitam os tropeços da articulação política para emplacar bandeiras populares.
Tarefa
  • Para fechar o acordo, o gaúcho Eliezer Pacheco e técnicos do MEC também chegam ao Estado até o final do mês.
  • A exemplo do padrinho, a presidente Dilma quer inaugurar 46 escolas técnicas em todo o Brasil neste ano, das quais cinco no Estado.
Em casa
  • Bandeira do ministro da Educação, Fernando Haddad, a ampliação dos investimentos em escolas técnicas será negociada com os Estados.
  • Na próxima semana, o secretário de Educação do Rio Grande do Sul, José Clóvis Azevedo, desembarca em Brasília para uma reunião com o secretário de Educação Profissional, Eliezer Pacheco.
  • Há uma sobra no orçamento de 2010, de cerca de R$ 50 milhões para o Estado que não foram usados pelo governo Yeda Crusius.
Xará
  • Quem desfilou ontem pelos corredores do Palácio do Planalto foi o ex-governador Antônio Britto. Presidente executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), ele tinha uma reunião marcada com o poderoso ministro da Casa Civil, Antonio Palocci.
  • Perguntado sobre o motivo do encontro, Britto despistou, abusando do jargão jornalístico: – A pauta é fria.
Leão
  • A tabela do imposto de renda está defasada, a mordida da Receita é violenta e o Ministério da Fazenda sabe desde 2010 que as centrais iam exigir a correção.
  • Será que a presidente Dilma resiste à tentação?
PARA CONFERIR
Ponteiros
  • A criação da Comissão da Verdade fez parte da conversa entre os ministros Maria do Rosário (Direitos Humanos) e Nelson Jobim (Defesa), ontem.
  • Ficou acertado que a comissão será instalada assim que for definido o comando da Câmara. Para o Planalto, a questão está encerrada e as discussões públicas, proibidas.