21 de jan. de 2011

Carolina Bahia/Zero Hora

A tradição do beija-mão
A cena dos prefeitos de pires na mão deveria ser banida de Brasília. Situações de emergência precisam ser tratadas com agilidade, o que depende do trabalho integrado entre União, Estados e municípios. A burocracia arraigada paralisa as áreas técnicas. O poder político de controlar a liberação do orçamento alimenta as romarias à Capital Federal. No caso da estiagem, foi necessário que um grupo de prefeitos batesse de porta em porta para conquistar o que já deveria ter sido anunciado, como a prorrogação de dívidas agrícolas e o apoio técnico para projetos. Para completar, o maquinário que ajudaria na abertura de açudes está parado por falta de pagamento. O equipamento foi entregue aos municípios, mas o governo federal havia congelado os repasses. O socorro, neste momento, é uma obrigação e não um favor político.
Faz de conta
Empresários e especialistas sabem que o Banco Central não tem outra saída de curto prazo para conter a alta da inflação senão o aumento de juros. As críticas são só para firmar posição.
De volta
Ex-ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel  assumirá a diretoria de crédito do Banrisul. Ele havia sido sondado pela equipe econômica para permanecer no governo Dilma, mas decidiu voltar ao Estado. Cassel viajou ontem, no final da tarde, de Brasília para Porto Alegre.
O outro lado
A superintendência da Funasa no Rio Grande do Sul informa que, desde 2007, acumula R$ 4 milhões desprezados pelos municípios. Os recursos foram colocados à disposição das comunidades quilombolas, em especial para obras de saneamento, mas simplesmente não foram utilizados. O motivo seria a falta de projetos, sob a responsabilidade dos prefeitos.
Coerência?
Em nota à coluna, a ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, alega ser coerente o prazo de março para a ajuda às comunidades quilombolas que sofrem com a seca.
Segundo a ministra, é o prazo necessário para que as prefeituras concluam projetos, como investimentos em moradias e cisternas. As ações emergenciais ficam por conta do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Por falar nisso...
Será que o plano de prevenção a catástrofes resiste ao jogo de empurra do setor público?
JOGO RÁPIDO
Se alguém apostou que a quarentena do ex-presidente Lula teria vida longa, perdeu feio. Ele quer brilhar sozinho no Fórum Social Mundial, em Dacar.  O Plano Safra será anunciado pelo governo em maio e não em junho. O objetivo é disponibilizar o crédito ao produtor mais cedo do que de costume, no dia 1º de julho.