1 de dez. de 2010

Jornal do Comércio/ Adão Oliveira

O PMDB se debate
Unidade é a palavra chave entre os peemedebistas gaúchos. Nos últimos dias, não se fala noutra coisa senão em reerguer o partido assolado por uma “hecatombe” sem precedentes, em 3 de outubro último. Não ficou pedra sobre pedra. O PMDB gaúcho é, hoje, um barco à deriva. É preciso reencontrar o seu rumo. Os próximos anos serão duros para a ala sulista do partido. Por aqui, Tarso Genro (PT) vai comandar a política sem sobressaltos. Afinal, já está conquistada a maioria simples na Assembleia. Enquanto isso, o PMDB, o maior partido de oposição no Estado, está completamente desorganizado, praticamente acéfalo e totalmente desmobilizado. É complicado! Outra dificuldade, no momento intransponível, são as péssimas relações que os peemedebistas gaúchos têm com a cúpula nacional do partido.
 Leia-se: Michel Temer - futuro vice-presidente da República -, José Sarney (presidente do Congresso Nacional), Renan Calheiros, Jader Barbalho, Geddel Vieira Lima e cia. Como é que isso vai ser resolvido? Adiantará em nada eleger um presidente estando ele rompido com a célula nacional da sigla. Há uma crise de identidade aparente. O PMDB do Sul é adversário do governo central, mas o PMDB nacional é aliado de primeira hora. O PMDB gaúcho votou contra Dilma, mas o PMDB nacional indicou seu presidente para ser vice na chapa de Dilma. Que dilema! Então, eu pergunto: bastará ao PMDB gaúcho eleger um presidente? Claro que não. As dificuldades são enormes. Como sobreviver isolado? São respostas que precisam ser dadas à sua base.  É tempo de reflexão!Apesar de tudo isso, nos bastidores, deputados estaduais pregam unidade, elegendo um diretório regional composto por todos os segmentos partidários: de vereador a senador, passando por prefeitos, deputados... Querem os deputados que, cinco dias depois de formado o diretório, o partido se reúna em convenção visando à eleição da executiva, que deve ser eleita em separado - cargo por cargo. Mas já está surgindo um outro grupo que busca o poder pelo poder. Vamos ver no que vai dar este imbróglio...